Legislação indigenista: chefes indígenas, Antônio Vieira e a Lei de 09 de abril de 1655 no cotidiano da Amazônia portuguesa

  • Fernando Roque Fernandes Doutorando em História Social da Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará - UFPA

Resumo

O processo de colonização da Amazônia Portuguesa desenvolveu-se considerando as especificidades locais. Colonos, missionários e lideranças indígenas articularam inúmeras estratégias com o intuito de monopolizar a administração da mão de obra indígena. O controle sobre os índios foi assunto de primeira ordem na administração colonial do Estado do Maranhão e Grão-Pará em meados do século XVII. Nossa proposta é apresentar um breve resumo sobre o cotidiano deste espaço que foi palco de inúmeros debates sobre a evangelização e utilização do contingente indígena. Os cenários escolhidos para tal análise foram os aldeamentos missionários da Companhia de Jesus, onde padres jesuítas e índios Principais se articulavam na tentativa de materializar projetos pessoais, institucionais e coletivos. Através das cartas missionárias, da legislação indigenista vigente à época e de documentos do Arquivo Histórico Ultramarino, analisamos o cotidiano colonial, através dos embates e alianças das diversas lideranças políticas envolvidas nesse cotidiano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Roque Fernandes, Doutorando em História Social da Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará - UFPA
Doutorando em História Social da Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará - UFPA

Referências

Anais da Biblioteca Nacional – Vol. 66: Livro Grosso do Maranhão – 1ª parte. Imprensa Nacional – Divisão de Obras Raras; Rio de Janeiro, 1948.

AZZI, Riolando. A Teologia Católica na Formação da Sociedade Colonial Brasileira. Petrópolis: Vozes, 2004.

BiblioAtlas – Atlas Digital da América Lusa. Fonte: http://lhs.unb.br/atlas/Estado_do_Maranh%C3%A3o. Acesso em 22.04.2017.

Cartas do Padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus. Tomo I. Lisboa Ocidental. Redigido na Oficina da Congregação do Oratório. 1735.

CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz de. Índios cristãos: a conversão dos gentios na Amazônia Portuguesa (1653-1769). Tese (Doutorado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2005.

CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz. Líderes Indígenas no Mundo Cristão Colonial. Canoa do Tempo – Revista do Programa de Pós-Graduação de História. Manaus; Vol. I, nº 1 – Jan/Dez. 2007.

CEHILA. História da Igreja na Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 121.

CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. Rio de Janeiro; Ed. Vozes, 1998.

CHAMBOULEYRON, Rafael. As várias utilidades do Maranhão. Reflexões sobre o desenvolvimento da Amazônia no século XVII. In: Fernando Arthur de Freitas Neves; Maria Roseane Pinto Lima. (Org.). Faces de história da Amazônia. 1ed.Belém: Paka-Tatu, 2006, p. 155-174.

D’AZEVEDO, João Lúcio. Os Jesuítas no Grão-Pará: suas missões e a colonização. Série – Lendo o Pará, nº 20. Belém: SECULT, 1999.

FERNANDES, Fernando Roque. O teatro da guerra: índios principais nas conquistas do Maranhão (1637-1667). Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2015.

FREIRE, José Ribamar Bessa. Da “fala boa” ao português na Amazônia Brasileira. Amazônia em Cadernos – Revista do Museu Amazônico nº 6 jan./dez 2000. Manaus: Edua, 2001.

HEMMING, John. Ouro Vermelho: A conquista dos índios brasileiros.Trad. Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

HULSMAN, Lodewijk A. H. C. Escambo e Tabaco: o comércio dos holandeses com índios no delta do rio Amazonas (1600-1630). Texto apresentado no IV Encontro Internacional de História Colonial. Belém: de 3 a 6 de setembro de 2012. O Dr. Hulsman está vinculado à Universiteit van Amsterdam (UVA) e tem publicado vários estudos sobre as relações dos índios e holandeses no Brasil.

LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Tomo IV. Lisboa/Rio de Janeiro: Livraria Portugália/ Ed. Nacional do Livro, 1940.

LOUREIRO, Charles de Menezes. Os Jesuítas na Amazônia. Tese para provimento da cadeira de Geografia e História da Escola de Comércio “Sólon de Lucena” do Estado do Amazonas. Manaus, Imprensa Pública, 1938. Arquivo Público: Biblioteca do IGHA – Registro nº 291/06.12.1984.

MAIA, Lígio de Oliveira. Regulamento das aldeias: da Missio ideal às experiências coloniais. Revista Outros Tempos. Vol. 5, nº 6, Dezembro de 2008 – Dossiê religião e Religiosidade; UFF.

MEIRELES, Mário Martins. Holandeses no Maranhão: 1641 – 1644. São Luís: PPPG, Ed. Universidade Federal do Maranhão, 1991.

MENEZES, Sezinando Luiz. O padre Antônio Vieira, a cruz e a espada. Maringá: Eduem, 2000.

NEVES, Luiz Felipe Baêta. O combate dos soldados de Cristo na terra dos papagaios: colonialismo e repressão cultural. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1978, p. 151.

NEVES, Luiz Felipe Baêta. Transcendência, poder e cotidiano: as cartas de missionário do padre Antônio Vieira. Rio de Janeiro: Atlântica; EDUERJ, 2004 (Coleção Brasilis).

RABELO, Lucas Montalvão. A Representação do Rio 'das' Amazonas na Cartografia Quinhentista: entre a tradição e a experiência. Dissertação (Mestrado em História), Instituto de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2015.

SANTOS, Francisco Jorge dos. Além da conquista: guerras e rebeliões indígenas na Amazônia pombalina. 2. ed. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 2002.

TEIXEIRA, Novaes. Cartas: Padre Antônio Vieira – Volume XIV. W. M. Jackson Inc. Rio de Janeiro: Editora Brasileira, 1948.

UGARTE, Auxiliomar Silva. Alvores da conquista espiritual do alto Amazonas (século XVI-XVII). In SAMPAIO, Patrícia Melo (org.). Rastros da memória: histórias e trajetórias das populações indígenas na Amazônia. Manaus; EDUA, 2006.

Publicado
2018-04-07
Como Citar
FERNANDES, F. R. Legislação indigenista: chefes indígenas, Antônio Vieira e a Lei de 09 de abril de 1655 no cotidiano da Amazônia portuguesa. albuquerque: revista de história, v. 9, n. 18, 7 abr. 2018.
Seção
Dossiê História Indígena: o campo interdisciplinar renovado