“NÃO BATO PONTO PORQUE EU QUERO. NÃO BATO PONTO PORQUE EU GOSTO”: CONTROLE SOCIAL E PROSTITUIÇÃO DE TRANSEXUAIS E TRAVESTIS EM CAMPO GRANDE – MS
Resumo
O artigo é fruto de reflexões oriundas de pesquisa de campo realizada para uma dissertação de mestrado sobre a marginalização de populações LGBTT na cidade de Campo Grande – MS. A partir das entrevistas surgiu um discurso majoritário justificador do “porque” de maioria dos entrevistados exercerem a prostituição como meio de sobrevivência, apontando para o controle social como o fator-chave para isso, sendo a prostituição a alternativa restante, dados os padrões sociais pré-estabelecidos, nos quais essas pessoas não se consideram ajustados. Tem-se por objetivo analisar criticamente tais fatos a partir das experiências relatadas.Referências
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