A UTOPIA REVOLUCIONARIA DE MANOEL BOMFIM: NA OBRA O BRASIL NAÇÃO.

  • Luiz Carlos Bento Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Este artigo parte de uma interpretação sobre a última obra da trilogia historiográfica de Bomfim, Brasil Nação: Realidade da Soberania Brasileira, para pensar a partir da produção historiográfica do autor uma guinada temática que vai da educação a revolução. Tendo como norte a busca da compreensão do lugar de uma teoria da revolução em seu pensamento. Embora uma postura crítica em relação ao passado brasileiro esteja presente desde seus primeiros textos, será apenas nessa obra, produzida sob condições penosas de saúde que a ideia de revolução irá ganhar força em seu pensamento, recebendo por parte do autor toda uma carga subjetiva, pois neste conceito será depositada toda uma expectativa para a aquisição de um futuro mais próspero para o país. Nessa obra, o intelectual sergipano irá abandonar uma perspectiva reformista, presente em seus primeiros ensaios, para propor a revolução como paradigma histórico mediante o qual o povo brasileiro seria capaz de reverter a sua condição de maioria excluída, tanto social, quanto politicamente. Ao longo de sua trajetória intelectual, Bomfim apresentou-se muito mais como um reformista ilustrado do que como um revolucionário radical, porém após constatar em seus ensaios uma situação de degradação moral e cultural que ele considerou como sendo inerente às elites dirigentes e ao povo, ele passará a propor a revolução como única alternativa histórica de redenção política da nação.

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Publicado
2016-08-04