Chamada para publicação - Número temático: “As línguas de sinais do Brasil, interseccionalidades: educação, cultura e identidades".

Nós, da Revista Primeira Escrita, uma publicação do curso de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Aquidauana, disponível em https://seer.ufms.br/index.php/revpres, convidamos pesquisadores, estudantes de pós-graduação e especialistas a submeterem trabalhos voltados para o dossiê temático “As línguas de sinais do Brasil, interseccionalidades: educação, cultura e identidades", com previsão para publicação no final do segundo semestre de 2024. Nosso objetivo é congregar pesquisas em andamento e/ou já concluídas  que discutam de alguma forma os temas supracitados.

Revista Primeira Escrita – Vol. 11 - N˚2 – 2024

 

O pioneirismo do estadunidense William Stokoe em relação aos estudos linguísticos das Línguas de Sinais, por volta da década de 1960, motivou outros linguistas a se debruçarem nesse mesmo objetivo temático em várias partes do mundo. No Brasil não foi diferente. Nas décadas seguintes, importantes nomes se dedicaram aos estudos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais (Libras), como Lucinda Ferreira Brito, que desde 1979 vem trabalhando com as Línguas de Sinais do Brasil, a Libras e a Língua de Sinais dos indígenas Urubus-Kaapor (LSKB), da Floresta Amazônica;  seguida de Ronice Müller de Quadros e Lodenir Becker Karnopp, com a publicação do livro “Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos”, em 2004. Algum tempo depois, em torno de 2007, novos estudiosos focaram as Línguas Indígenas de Sinais (LIS), com grande referência para Shirley Vilhalva, com sua pesquisa publicada em 2009, intitulada “Mapeamento das Línguas de Sinais Emergentes: um estudo sobre as comunidades linguísticas indígenas de Mato Grosso do Sul”. A mobilização dos surdos que sinalizam e o referido apoio científico foram significativos para o reconhecimento da legitimidade linguística das Línguas de Sinais. Eventos esses que, por sua parte, contribuíram, sobremaneira, para a deliberação de políticas públicas específicas com importantes aparatos legais - cita-se a Lei n. 10.436/2002 e o Decreto n. 5.626/2005 - e para o surgimento de novas inquietações concernentes às Línguas de Sinais e aos surdos sinalizantes. Tais inquietações emergiram em diferentes campos de estudos além das pesquisas linguísticas, como o de cunho educacional, cultural, antropológico, sociológico e muitos outros. Ao serem elencadas propostas para os estudos linguísticos das Línguas de Sinais, inclusive as Línguas Indígenas de Sinais, e ao serem consideradas as interseccionalidades entre educação, cultura e identidades, surgem novas perspectivas e possibilidades de diálogo e de transformação social. É de suma importância que haja o reconhecimento dessas interconexões para que se promovam novas pesquisas e publicações que abranjam as diferentes formas de linguagem, incluindo línguas escritas e línguas de sinais, seja a Libras, a LIS ou outra língua de sinais sinalizada no país. Assim, importa que novos estudos sejam visibilizados e valorizados, independentemente da forma de comunicação ou de identidade cultural que representem. Nesse sentido, espera-se receber para a composição deste dossiê, artigos que transitem nesses espaços de interseccionalidades entre educação, cultura, identidades e as Línguas de Sinais dos surdos brasileiros e sinalizantes.

Submissões: Até 20 de setembro de 2024.

Período de avaliação: até 20 de novembro de 2024

Previsão de Publicação: até 20 de dezembro de 2024

Os textos poderão ser escritos em português, espanhol ou inglês.

As instruções para os autores estão disponíveis em:

https://seer.ufms.br/index.php/revpres/about/submissions. 

Organizadores:

Prof. Dr. Bruno Roberto Nantes Araujo (UFMS)
Profª. Drª. Rejane de Aquino Souza (UFMS)
Profª. Drª. Shirley Vilhalva (UFMS)